domingo, 20 de fevereiro de 2011

Um par de olhos vagos, confusos...

Oi ornitorrincos :)
Como prometido, vou postar hoje pra vocês um pequeno texto sobre minhas incertezas, e eu acho que se encaixa com muitas pessoas, já que a dúvida é a parte que faz a nossa vida ficar interessante, desafiadora.

Como saber se fizemos as escolhas certas? Como saber que o que não escolhemos teria sido melhor? Quais seriam essas consequências desconhecidas? Eu não me lembro em qual filme ou livro, mas já vi uma reflexão a respeito. Um mundo que gira em torno de duas únicas palavras: "E se..."
É por isso que eu me sinto tão perdida. Ao mesmo tempo que tento vislumbrar todas as opções possíveis, eu não consigo alcançá-las. Do que eu estou falando? Carreira profissional.

Durante toda a minha vida, e de todos nós, eu tenho certeza, as pessoas nos perguntam o que queremos ser quando crescer. No meu caso, a resposta sempre foi vaga, seguida de um: Ah, mas ainda tem tempo.
Quando eu entrei no colegial, as perguntas continuaram. Mas eu tinha a plena certeza que esse tempo que eu ainda tinha estava se esgotando. E agora, começo do terceiro ano, nada mudou. Quer dizer, agora eu estou muito mais confusa, me sentindo pressionada por todos a minha volta, e o que é pior: principalmente por mim.


Eu não sei o que priorizar, se meu amor pela profissão, ou a estabilidade financeira; investir em talento ou aprendizado; cuidar das coisas da família ou me jogar num mundo desconhecido.
Eu confesso que as últimas opções sorriem para mim e me chamam. É verdade que devemos fazer o que gostamos, e não pensar no dinheiro. Mas é aí que mora o coração do problema: Eu, simplesmente, não faço a mínima ideia do que eu gosto, e do que eu quero investir na minha vida. É um borrão para mim. Em cada profissão que eu penso, as desvantagens sempre, SEMPRE, me parecem maiores que as vantagens. Pra se ter uma ideia, em uma semana eu passei de veterinária para médica, mas estou quase desistindo disso também. É muito tempo de estudo para a minha cabeça. Eu, provavelmente, não me firmarei na medicina.

Por outro lado, eu penso na minha história de vida, e vejo que a medicina seria ideal. Se eu realmente me interessar e conseguir passar no vestibular - não podemos esquecer desse pequeno detalhe, eu gostaria de trabalhar lutando contra o câncer infantil. Mais detalhadamente, ao lado dos ótimos profissionais do hospital Boldrini, que durante aproximadamente dois anos e meio, em épocas diferentes, foi a minha segunda casa.
Mas acho que eu não nasci pra passar grande parte da minha vida estudando.

E sabe qual é a pior parte de tudo? É transformar tudo na minha vida em dúvidas. Não é só quando o assunto é faculdade que eu me sinto perdida. Em muitos outros campos da minha vida, se não todos. Acho que nunca estive tão confusa. Sabe quando cada hora a gente deseja uma coisa? Não, não é uma simples síndrome de bipolaridade. É algo bem mais complexo, singular. É como se eu estivesse em uma encruzilhada todos os momentos e sem saber o que pensar, tampouco fazer. Talvez seja algo normal, mas eu nunca havia passado por isso; de modo que cada vez mais eu me sinto mais e mais distante dos meus objetivos, até dos que estavam tão claros para mim. De muitas coisas eu tenho abrido mão por causa dessas dúvidas que pouco a pouco vão testando a minha sanidade. Preciso me encontrar, depressa!

E é engraçado como escrever me alivia. Mais do que desabafar com pessoas, as vezes. E quando eu penso que deveria me dedicar a isso, então eu lembro que vou encontar muitos desafios; viver só da sua criatividade não é fácil e etc.

É, ainda temos muito o que encarar pela frente. A decisão da faculdade é só a primeira da nossa vida, não é mesmo!? :D


PS: Acho que a foto representa bem o que eu pretendia com esse post. Um olhar meio distante, vago, incerto. Tirei a foto faz um tempinho, mas disse tudo!

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