domingo, 17 de abril de 2016

Os mistérios dos 392 dias sem postar

Hoje já faz mais de um ano que eu não escrevo aqui. E mais uma vez eu não sei listar os motivos. Ou talvez saiba.

Esse lugar sempre foi o meu lugar de fuga. Na maioria das vezes escrevi aqui triste. Muito era perceptível, mas as vezes não. E eu fui tão feliz durante todo esse tempo que sumi do blog, me faltou vontade de desabafar. Até que a inspiração me cutucou essa noite.

Agora eu gosto da minha faculdade, estou até bem satisfeita em Itajubá. Talvez minhas amigas sejam as grandes responsáveis por isso, mas o fato é que minha inquietação com o curso passou, aprendi a gostar. Foi inclusive graças a minha faculdade que eu acabei realizando um dos meus muitos sonhos, o de conhecer o Rio de Janeiro. Que experiência maravilhosa, ornitorrincos! Nada vai conseguir descrever o meu deslumbre, a minha felicidade plena no pouco tempo que passei lá. Fui genuína e extremamente feliz.


Além disso, em 2015 eu também fiz duas coisas que não imaginava, cantei um casamento inteiro e na abertura do rodeio de Jacutinga, ambas as vezes ao lado de um grande amigo meu. Também foram momentos marcantes e emocionantes da minha vida. Acho que o casamento, principalmente, porque foi a primeira vez que eu recebi por fazer aquilo que eu mais amo no mundo, que é cantar.

Já em 2016, fui convidada para interpretar Maria no teatro da Sexta Feira Santa da minha cidade e eu nunca imaginei que aquele 25 de março seria o dia mais importante da minha vida.

Por volta das 11h da manhã da Sexta Feira, estávamos ensaiando no largo da igreja quando começou a chover. Aí já fiquei nervosa, mas quando a chuva passou, achei que ela pararia por aí mesmo. Só que depois das 14h ela voltou. E não parou. As cortinas que já estavam no palco desmontaram, os meninos ficaram embaixo de chuva para remontar tudo e eu... bem, eu estava em um universo paralelo. Sabe quando você não consegue acreditar que aquilo está realmente acontecendo com você, demora para cair a ficha?

Foi chegando perto da hora que estava marcada para o teatro começar e a chuva ainda caía. Cogitou-se fazer dentro da igreja ou adiar para domingo, ambas alternativas muito ruins para nós. Então alguém teve a ideia de puxar um terço.

Todo mundo que estava dentro da igreja começou a rezar. Com uma força, uma convicção que eu jamais havia visto. E acabando o último mistério do terço, a notícia: a chuva parou. De verdade.

Daí eu já não cabia mais em mim.

Largo da igreja lotado. Encenamos. Estávamos extremamente emocionados e passamos toda a emoção para quem estava nos assistindo.

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Nossa, eu nunca chorei tanto em toda a minha vida. Chorei antes, chorei durante minhas cenas, mas chorei principalmente depois. Porque a felicidade era grande demais. Conseguimos, realizamos um espetáculo primoroso mesmo diante de tantas adversidades e graças a um milagre que passou diretamente da mão de Deus para dentro do nosso coração. Eu jamais vou esquecer esse milagre.

Então tudo piorou.