Um breve ensaio sobre relacionamentos...

Oi ornitorrincos!

Sabe o que não é mais feio do que demorar tanto pra postar alguma coisa? Não postar alguma coisa! É assim que me considero perdoada :D

Ok, setembro. Mês nove. De doze. Assustador, não é mesmo? Mais assustador ainda é adicionar a essa conta meu primeiro mês morando sozinha na cidade grande. Sim, agora eu sou uma menina madura e experiente, que faz sua própria comida inclusive. Mas se vocês forem olhar no dicionário a palavra "comida", percebam que no meu ela consta da seguinte forma: "tudo aquilo que pode ser feito no microondas"

Tirando esse inconveniente, tudo está indo bem, graças a Deus. Já fiz muitas amizades, praticamente perdi por completo a timidez que eu tinha no começo. Já até passei vergonha sem me constranger, o que ó: uma beleza hahahahahahahahha

Já me sinto a vontade em casa, na escola, com os amigos da sala, com os professores, até nas ruas. Fui perdendo o medo aos poucos e isso me deixou muito feliz. Me deixa feliz comer bala e chocolate na sala todo dia e o fato de os meninos serem cavalheiros e não umas pestes, como os meus amigos daqui (amo vocês amorzinhos haha). Mas é sério, ornitorrincos. Ninguém me chamou de gorda (ainda) e meus apelidos não foram descobertos! :D

Huuuum, mas eu descobri uma coisa! Achei (leia-se: minha amiga me levou até lá) um sebo perto de casa!!!!! Tenho um sebo perto de casa!!!!!!!!!!!!!!! Onde já se viu eu ter um sebo PERTO de casa! Eu já achava demais ter um sebo na mesma cidade que eu, agora tenho um sebo perto de casa. Morri de amor *-*

E falando em amor... Ai, ornitorrincos. Talvez seja eu envelhecendo, mas vou ser bem sincera ao dizer que estou beeeeeeeeem desanimada pra festas etc. Este final de semana mesmo está acontecendo rodeio na minha cidade, shows e tudo mais e não me deu a mínima vontade de ir. Tá certo que eu não podia mesmo (ps: operei essa semana), mas mesmo de ver as fotos, de saber que estava bom, eu agradeci a Deus por estar em casa. Como assim, não é mesmo?

E o que isso tem a ver com amor? Bom, talvez seja essa minha nova vida de loba solitária, maravilhosa e independente (risos infinitos HAUSHUAHSUAHSUAH), mas eu teria trocado todos esses dias de festas pela companhia aconchegante de um - pasmem - namorado.

O QUEEEEE?

Ornitorrincos. Não sei. É conflituante para mim pensar nisso. Todos que me conhecem sabem o quão anti-romance eu sou. Não existe um relacionamento sequer que eu conheça que me fez parar e pensar: nossa, é uma coisa dessas que eu quero pra mim. Nunca! E mesmo eu tendo começado a ter essas ideias, nada faz sentido. Bom, como eu nunca falei sobre relacionamento com vocês, que comecem os trabalhos. Não me odeiem!!

A primeira coisa que eu quero deixar bem claro é que não me sinto muito confortável pra falar sobre esse assunto. Converso naturalmente com minhas amigas e amigos sobre isso, quando o foco é a vida deles. Maaaaaaaaaaaaas falar sobre mim mesma é um problema. Enfim, eu não irei entrar em detalhes, de qualquer forma. Vou escrever para vocês as minhas opiniões sobre os termos "amor", "namoro", "namorado", "casal". Se vocês quiserem saber o que eu penso, continuem lendo (:

Amor - Eu acho que escolhi começar pelo mais complicado, mas tudo bem. É muito difícil de definir uma coisa dessas. Existem diferentes patamares de sentimentos englobados em único conceito, que é tão difundido e, na minha opinião, tão mal utilizado. Acredito que o maior problema do amor é a pessoa não saber o que está se passando com ela e entre o outro e já se dizer apaixonado. "Te amo mais que tudo", "Te amo para sempre", ou até "Am
or a primeira vista". Eu não acredito em nenhum deles. Não acredito que possa existir algo tão forte e poderoso que seja capaz de ser expresso em palavras. Se o amor é eterno, ele não precisa ser dito; ele é desvendado com o tempo. Se o amor é absoluto, invulnerável e honesto, ele não precisa de frases feitas, ele sobrevive. E se existe amor verdadeiro, ele é construído passo a passo, sem querer. Um momento hoje, outro amanhã, que te faça se questionar porque isso não sai da sua cabeça. O amor e o tempo são palavras desvinculáveis.

Namoro - O que me faz mais perder a fé nessa palavra é como ela é banalizada hoje. Muitas pessoas querem ter um namorado pelo simples fato de ter, porque não querem ficar sozinhas ou porque todas as amigas tem. Quão patético é isso? E a "superioridade" de ser comprometido ou até estar em relacionamento aberto - vulgo ficar.
Ficar é um termo que me desagrada. "Qual é lance de vocês?" "Ah, ficamos." O que isso quer dizer????? É beijar por beijar, é satisfazer desejos da carne, é se importar em estar 'ficando' com alguém? Eu não sei! Pra mim boca também é corpo, não é pra qualquer um. Tem que conquistar. Tem que merecer. Tanto o homem quanto a mulher. Vocês podem achar que é frescura, mas eu chamo isso de valor. Não apenas valorizar o corpo, mas se valorizar como pessoa. Tanta gente se acomoda em relacionamentos e esquece que tem muitas outras coisas para viver. E sofre, desrespeita e se deixa desrespeitar.
Isso pra mim não é um relacionamento válido. Talvez namorar signifique tudo isso e talvez seja por essas razões que eu sou contra tudo que vejo hoje.

Namorado - Já se espantaram quando eu disse que nunca havia namorado. Eu até entendo todo esse espanto, mas na minha cabeça, encontrar um namorado não deve ser a mesma coisa que na cabeça das outras pessoas. Eu costumo pensar que não devem existir razões que descrevam porque se gosta de alguém. O verdadeiro se sente e não precisa de motivos para existir. Mas não acho que seja pedir demais um namorado que goste de ler e assistir séries comigo. E que cante e toque violão para mim, mesmo que não saiba o que está fazendo. A intenção de fazer algo simples pela pessoa que ama basta e não são necessárias aquelas grandes provas de amor. Para mim, quem muito se exibe não quer que o outro saiba do seu sentimento, mas sim que todo mundo saiba quão bom namorado ele é.
Outra coisa que acho é que não se deve ter medo de expor seus sentimentos, quando eles forem reais. Isso é muito pessoal, mas já que estou falando de mim, então...

Casal - Esse é, de longe, o meu termo preferido. Não sou contra este, muito pelo contrário. Para mim, um casal é aquele que atinge o que eu considero amor. É um casal quem se respeita, quem se ama, quem conhece um ao outro. Mas antes de tudo isso, pode fazer parte de um casal aquele que respeita a si mesmo, ama a si mesmo, conhece a si mesmo. Antes de se doar para outro, é necessário saber quem você é. E principalmente não começar com mentiras, personalidades forçadas, atitudes que são tomadas diante das expectativas dos outros. Eu acho que um casal deveria dosar o que é excessivo e o que falta, mas nunca esquecer de quem se é.

E o ciúme? É difícil pra mim falar de ciúme. Eu tenho muito, muito mesmo, não conheço ninguém mais ciumenta do que eu, mas tenho plena consciência de que esse é um problema meu. Na maioria das vezes a pessoa não fez absolutamente nada, mas lá estou eu, me remoendo. Acho que todos sabem exatamente do que eu estou falando, não é mesmo?
Mas eu sinceramente acho que ciúme e necessário. Demonstra que você se importa e tem medo de perder. Só aquele tipo de ciúme que te chama de propriedade é um sério problema.

Considerações finais...

Bom, ornitorrincos, acho que resumi ao máximo. É basicamente isso que eu penso quando me falam de "namorar". Certamente tem mais coisas, mas é só o que eu consigo lembrar agora.
Só mais uma coisa. Em nenhum momento eu disse que relacionamentos tem que ser perfeitos. Como eu disse láááá em cima, eles são reais se sobrevivem, se passam por dificuldades e o amor continua vivo.

Termino esse post com uma frase do filme Don Juan De Marco, do meu lindão Johnny :)

“Há quatro questões de valor na vida: O que é sagrado? Do que é feito o espírito? Pelo que vale a pena viver? E pelo que vale a pena morrer? A resposta a cada um é a mesma, só o amor.” 


Um beijo no coração!